Por Que a Canelite é o Maior Vilão dos Iniciantes na Corrida de rua após os 40 anos
Você se inspirou a correr, mas a dor na canela transformou o seu entusiasmo em frustração? Se você tem mais de 40 anos e está começando agora, este artigo é para você. Clique e aprenda como proteger suas canelas e manter o ritmo.
9/30/20257 min read
A Dor que Quase Me Fez Parar
Quando decidi calçar o tênis e começar a correr em parques ou no bairro perto de casa, já tinha passado dos 40.
A ideia era ter mais saúde, mais energia para o dia-a-dia e sair também do sedentarismo. Mas a empolgação durou pouco.
Logo na segunda semana, uma dor aguda, parecida com uma agulhada, começou a aparecer na canela.
No começo, era só um incômodo. Depois, virou uma dor insuportável que me fez mancar até para subir escadas.
A canelite quase acabou com o meu objetivo de praticar a corrida de rua.
E se você está aqui, lendo isso, provavelmente sabe exatamente do que estou falando.
Eu venci essa dor e, neste guia, vou te mostrar como eu fiz isso.
Lista de Sintomas: Como Identificar a Canelite na corrida de rua em 1 Minuto
Para acabar com o vilão, primeiro você precisa saber identificá-lo. Não confunda a canelite com uma dor muscular comum.
Preste atenção a esses sinais, principalmente se você acabou de começar a corrida de rua ou voltou a treinar após um longo tempo parado:
Dor na parte da frente ou interna da canela, que pode ser aguda ou em pontadas.
A dor aumenta durante ou depois da corrida.
Sensação de sensibilidade ao toque na área da canela.
Pequenos inchaços (muitas vezes invisíveis, mas perceptíveis ao toque) ou vermelhidão na região.
Dor que diminui ou desaparece com o repouso, mas volta assim que você retoma a atividade.
O Que é a Canelite em iniciantes? (Explicação Simples)
De forma bem simples, a canelite é uma inflamação que acontece nos ossos da sua canela (a tíbia) e nos músculos e tendões que estão presos a ele.
Imagine que o seu osso e os músculos que o protegem estão brigando. Essa 'briga' acontece por um estresse repetitivo.
A cada passo que você dá, um impacto é gerado. Quando o corpo não está preparado para absorver esse impacto, essa 'inflamação' se instala.
Por Que a Canelite Atinge Quem Começa a Correr Após os 40?
Para nós, que decidimos correr depois dos 40, a canelite não é um azar.
É, na verdade, uma questão de fisiologia e rotina. E aqui estão os principais motivos:
Perda de densidade óssea: Após os 30-40 anos, a densidade óssea começa a diminuir.
Ossos mais frágeis são menos resistentes ao impacto repetitivo.
Músculos e tendões menos flexíveis: A flexibilidade e elasticidade dos músculos diminuem com a idade, o que exige mais deles durante a corrida.
Vícios de postura e pisada: Muitas vezes, carregamos vícios de postura de uma vida inteira.
Se a sua pisada não for a ideal, o impacto se distribui de forma errada, sobrecarregando a canela.
A ansiedade do "tudo ou nada": A empolgação de começar a correr nos leva a acelerar o processo.
Corremos demais, rápido demais, ignorando o descanso. O corpo, sem o preparo necessário, reclama.
As 5 Estratégias Práticas para Vencer a Canelite
Eu tinha duas opções: desistir ou lutar contra a dor.
Como o segundo caminho sempre foi o meu favorito, decidi que ia aprender tudo sobre a canelite para nunca mais ser vítima dela.
A primeira coisa que descobri é que a solução não estava em parar de correr, mas sim em mudar a forma como eu corria.
Depois de muita pesquisa e experiência, compilei as 5 estratégias que me salvaram.
1. Invista no Tênis Certo:
Quando comecei, eu era teimoso. A ideia de gastar “olhos da cara” em um par de tênis para "apenas caminhar" me parecia um exagero.
Desenterrei um calçado velho, que eu usava para ir à academia as vezes, e pensei: "Esse serve". O resultado?
A dor na canela que quase me fez desistir de tudo. Levei semanas para entender que o tênis não é um luxo, mas um equipamento de segurança.
É o primeiro a absorver o impacto de cada passo, protegendo os seus ossos e articulações da sobrecarga.
A primeira coisa que fiz ao me recuperar da canelite foi procurar uma loja especializada.
O vendedor me explicou sobre os tipos de pisada (neutra, pronada e supinada) e me sugeriu fazer um teste simples.
Foi aí que descobri que o meu velho tênis não só não tinha amortecimento suficiente, como também não era adequado para o meu tipo de pisada.
Quase todos os tênis vendidos por lojas não especializadas utilizam uma forma genérica, o meu pé tem uma pisada específica !
Não cometa o mesmo erro que eu. Para um corredor que está recomeçando, ou que chegou agora aos 40, o tênis é a sua apólice de seguro contra lesões.
Comece com um bom par, feito para corrida de rua, existem modelos mais em conta de qualidade, e se possível, faça um teste de pisada.
Isso pode ser a diferença entre uma jornada de sucesso e uma de frustração.
Com o passar dos treinos e de sua experiência vá comprando tênis melhores, se achar necessário.
2. Fortalecimento, Não Apenas Corrida: O Segredo que a Dor me Ensinou
Quando a dor da canelite me obrigou a parar de correr, eu fiquei furioso.
Achava que a única forma de me tornar um corredor melhor era correndo mais.
Mas a verdade era que eu estava construindo uma casa sem alicerces.
Minhas pernas não tinham força suficiente para absorver o impacto de cada passo, e por isso, o choque se concentrava nas minhas canelas, resultando na inflamação.
Foi aí que comecei a encarar o fortalecimento não como uma perda de tempo, mas como a parte mais importante do meu treino.
Eu descobri que músculos fortes ao redor dos ossos da canela (como as panturrilhas, a musculatura da frente da canela e o quadríceps) atuam como "amortecedores" naturais.
Eu comecei com exercícios simples, como elevação de calcanhar, agachamentos e exercícios de equilíbrio.
Não foi fácil no começo, mas em poucas semanas, a diferença era nítida.
O corpo que antes reclamava a cada quilômetro, agora corria mais suave e sem dor.
O fortalecimento foi o que me permitiu voltar a correr com segurança e continuar evoluindo.
Não repita meu erro, dedique tempo ao fortalecimento e seu corpo irá te agradecer em cada passo da jornada.
3. Dê Tempo ao seu Corpo: O Descanso É Tão Importante Quanto a Corrida
Depois de investir em um tênis melhor e começar a fortalecer minha musculatura, achei que estava no caminho certo.
Mas, no fundo, a velha pressa ainda me assombrava.
Eu acreditava que, se um treino era bom, dois seriam melhores.
Eu ignorava aquela dorzinha que surgia no final do treino e a justificava como um "sinal de que eu estava ficando mais forte".
Não treine a dor. Esse é o maior erro de um corredor iniciante, e eu o cometi várias vezes.
A dor da canelite não era um obstáculo para superar, era um aviso do meu corpo.
Foi preciso uma recaída séria, que me deixou parado por mais de uma semana, para que eu entendesse a lição.
O descanso não é uma fraqueza; ele é a arma secreta do corredor.
É durante o repouso que seus músculos se recuperam, se reconstroem e ficam mais fortes.
Se doer, pare. Ouça o seu corpo. O treino de amanhã será muito mais eficiente do que o treino de hoje feito com dor.
Aprendi a incluir dias de descanso no meu plano de treino, e a alternar corridas com caminhadas.
Aos poucos, a dor foi embora, e a minha jornada na corrida se tornou consistente, prazerosa e, o mais importante, sustentável.
4. A Técnica da "Pequena e Rápida": Como Eu Mudei Minha Forma de Correr para Sempre
Depois de aprender a dar tempo ao meu corpo e a entender que o descanso é parte do treino, eu me deparei com mais um obstáculo: a forma como eu corria.
Meus passos eram longos e pesados.
Eu praticamente "arrastava" o meu corpo para a frente, e o som dos meus pés batendo no chão era um baque que ecoava no meu peito.
Eu mal sabia que cada "baque" era um impacto direto na minha canela, um convite para a canelite voltar.
Foi quando um amigo, um veterano das corridas, me deu a dica que mudou meu jogo para sempre:
"Seus passos estão muito longos. Tente dar passos mais curtos e rápidos, como se estivesse pisando em ovos."
No começo, pareceu estranho e ineficiente.
Mas ao praticar a técnica da "pequena e rápida", comecei a perceber que o impacto era quase nulo.
Eu não estava mais batendo no chão; eu estava deslizando.
Meu corpo ficou mais leve, minha corrida mais fluida, e a dor, que parecia uma sombra constante, desapareceu de vez.
Essa mudança na minha cadência não só eliminou a canelite, como também me fez correr mais rápido e com menos esforço.
5. Gelo e Alongamento: Os Segredos da Recuperação que Eu Demorei para Aprender
Eu via outros corredores usando gelo e alongando depois de cada treino, mas pensava: “isso é perda de tempo, o importante é correr”.
Grande erro. O alongamento da panturrilha e dos músculos da frente da canela, simples e rápido, virou um ritual diário.
Percebi que ele não só aliviava a tensão muscular, mas também melhorava a circulação, preparando o corpo para o próximo treino.
E o gelo, meu amigo, virou meu melhor companheiro.
Nos dias de treinos mais intensos, aplicar gelo nas canelas por 15 minutos se tornou um hábito.
O frio ajudou a reduzir a inflamação e a prevenir o retorno da dor.
Esses pequenos hábitos de recuperação foram a peça que faltava no meu quebra-cabeça.
Eles não apenas me ajudaram a vencer a canelite, mas também garantiram que eu pudesse seguir correndo por muitos e muitos anos.
Plano de Corrida para Iniciantes: 8 Semanas para Correr com Segurança
Uma das lições mais importantes que aprendi no auge da minha dor foi que a pressa é o maior inimigo do corredor iniciante.
Ninguém se machuca por correr devagar.
O que nos lesiona é a falta de paciência e a vontade de ir longe demais antes da hora.
Por isso, criei um plano de corrida de 8 semanas, baseado na minha própria recuperação, que me ensinou a correr de forma inteligente e segura.
É um guia passo a passo para que você também consiga construir uma base sólida, sem dor e sem interrupções.
Semanas 1 e 2: 15-20 minutos de treino, intercalando 2 minutos de caminhada rápida com 1 minuto de trote.
Semanas 3 e 4: Aumente o tempo de corrida para 2-3 minutos, mantendo a caminhada.
Semanas 5 e 6: O trote pode se tornar a maior parte do treino.
Semanas 7 e 8: O objetivo é conseguir correr 20-30 minutos de forma contínua e confortável.
Lembre-se esse treino é uma sugestão para seguir com base na minha experiência, se for acessível para você, procure ajuda especializada, um educador físico em uma acadêmia, ou um profissional médio!
Conclusão: A Persistência Vence a Dor
A canelite pode ser um obstáculo, mas não é o fim da sua jornada. Eu venci, e você também vai.
A chave é a paciência, ouvir o seu corpo e, acima de tudo, ser persistente. Agora, me conte nos comentários:
Qual dessas dicas você vai começar a aplicar hoje?
Compartilhe a sua experiência e vamos juntos nessa jornada!
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